A importância do trabalho conjunto na medicina fetal e a neonatologia na sobrevida de recém-nascidos
Atualizado: 8 de mai. de 2021

Medicina Fetal é um dos módulos apresentados no Curso de Especialização em Neonatologia do CAEPP – Centro de Apoio em Ensino e Pesquisa em Pediatria do Instituto da Criança do HCFMUSP, que está com inscrições abertas para uma nova turma em 2019, saiba mais.
Esse módulo será coordenado pela Profª Drª Lisandra Stein Bernardes Ciampi de Andrade, livre-docente da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Setor de Medicina Fetal da Clínica Obstétrica do HCFMUSP. A médica explica ser muito importante apresentar o tema aos neonatologistas, “pois o cuidado com a criança é um contínuo que inclui o cuidado durante a gestação, parto e período neonatal. O feto de quem o especialista em medicina fetal cuida antes do parto é o mesmo recém-nascido de quem o neonatologista cuida após o parto. Dessa forma, é importante que o neonatologista conheça as possibilidades de rastreamento de um problema na fase fetal, as possibilidades de tratamento ainda nesse período e o preparo para parto, com a entrega do recém-nascido ao neonatologista que dará continuidade aos procedimentos definidos. É fundamental o trabalho em conjunto”.
A professora explica que há diversas doenças possíveis de serem diagnosticadas no pré-natal, e algumas delas já apresentam tratamentos que podem ser administrados nessa fase, aumentando as chances de sobrevida dessa criança. Uma dessas doenças é a Hérnia Diafragmática Congênita (HDC), que é um orifício no diafragma pelo qual os órgãos do feto sobem para o tórax, que impede o desenvolvimento dos pulmões do bebê. O diagnóstico pode ser feito na ultrassonografia de primeiro ou segundo trimestres e o tratamento realizado ainda na gestação pode aumentar as chances de sobrevida do bebê.
“A ultrassonografia morfológica pode identificar mais de 80% dos diagnósticos de doenças que podem receber tratamento na fase intrauterina. O diagnóstico de infecções intrauterinas tratáveis, por exemplo, pode melhorar o desfecho. Com o diagnóstico realizado, independentemente da patologia, a equipe traça um planejamento adequado de tratamento, acompanhamento durante a gestação, o preparo da hora do parto e o pós-parto, por isso a importância do neonatologista estar presente no planejamento desde a fase do pré-natal”. No Setor de Medicina Fetal da Clínica de Obstetrícia do HCFMUSP, coordenado pela médica, são atendidos 250 novos casos por ano com acometimentos graves, que necessitam de atenção e tratamento no período pré-natal em centro terciário.
