A preocupação com a queda das coberturas vacinais
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A preocupação com a queda das coberturas vacinais

Atualizado: 29 de abr. de 2021


CAEPP - Centro de Apoio ao Ensino e Pesquisa em Pediatria - A preocupação com a queda das coberturas vacinais

Apesar de todo benefício esperado com a introdução da vacina contra o HPV no calendário do Programa Nacional de Imunizações, é frustrante a constatação da baixíssima cobertura vacinal entre os adolescentes. Um esforço conjunto de toda a equipe de saúde deve ser estimulado: temos nas mãos uma das mais interessantes possibilidades de atuação contra algumas formas de câncer ao mesmo tempo que as oportunidades e espaços de informação não estão sendo adequadamente (ou suficientemente) utilizados.

Em agosto de 2018, o Brasil iniciou uma campanha de vacinação infantil em massa contra o sarampo e a poliomielite em meio a um quadro que causa apreensão. As taxas de imunização têm atingido níveis mais baixos nos últimos anos. Os motivos vão da percepção enganosa de parte das pessoas de que não é preciso vacinar porque as doenças desapareceram a problemas com o sistema de registro das imunizações. O fenômeno de queda das coberturas vacinais não é exclusivo do nosso país. Felizmente, no Brasil, o problema dos movimentos antivacinais ainda é baixo. A queda de cobertura, no entanto, justifica-se pela falta de informação. Os “poucos que falam mal” falam mais do que os profissionais que devem ser veículo de informação e de orientações.

Uma consequência da redução no número de crianças vacinadas se tornou evidente com o surto de sarampo em Roraima e no Amazonas, em 2018. A taxa de cobertura vacinal da tríplice viral que atingia 96%, em 2015, baixou para 84%, em 2017. Outro exemplo ilustrativo e preocupante: 23% dos quase 3 milhões de crianças que nasceram ou completaram 1 ano em 2017 não haviam recebido proteção completa contra o vírus da poliomielite, doença que ainda não foi erradicada do mundo. O programa brasileiro é um dos mais completos e bem sucedidos do mundo. Profissionais de saúde tem o dever de incentivar as ações de vacinação; pediatras, fundamentalmente, tem o dever de estarem informados sobre atualizações em vacinologia e sobre os calendários e não se omitirem da transmissão dessas informações em todos os seus atendimentos, para todas as famílias, em todas as oportunidades.

Nos cursos de Pediatria do CAEPP, o tema imunizações é amplamente discutido, particularmente as mais recentes atualizações dos calendários vacinais, nos serviços públicos e privados. Dra. Helena Keiko Sato, autoridade e referência nesse tema é uma das docentes do Curso de Especialização em Pediatria do CAEPP. As inscrições para a turma de 2019 ainda estão abertas. Venha se atualizar conosco.


Dr. Benito Lourenço

Chefe da Unidade de Adolescentes do Instituto da Criança do HC da FMUSP

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