A Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) em parceria com o CAEPP, trouxe o programa PET (Pediatric Epilepsy Training) para o Brasil. Ministrado por uma equipe de cinco professoras neuropediatras epileptologistas no último sábado 31 de agosto de 2019 no Anfiteatro do Instituto da Criança ocorreu o Curso de Epilepsia para Pediatras organizado pelo CAEPP. O curso tem a certificação da BPNA (British Paediatric Neurology Association) e o endosso da ILAE (International League Against Epilepsy). Participaram desse evento médicos de todo o Brasil. O programa científico contempla palestras e workshops interativos, com material didático feito pela BPNA e traduzido para o Português. A coordenadora do curso, Dra. Marilisa Guerreiro, nos deu uma entrevista inédita. Confira! “PET significa treinamento de epilepsia para pediatras. Esse curso se originou há 15 anos no Reino Unido, quando se observou que o número de neuropediatras era muito menor que o número de pediatras e, portanto, a maioria das crianças com epilepsia era vista por pediatras gerais, que geralmente não tem grande formação em epilepsia. Resolveu-se, então, estender a formação em epilepsia do pediatra geral. O treinamento através do PET foi muito bem-sucedido e houve significativa melhora no nível da atenção médica primária e secundária às crianças com epilepsia. As mensurações tem mostrado real acréscimo para os pediatras tanto em termos teóricos quanto práticos, o que se reflete na melhoria do nível de atenção a essas crianças. Há 3 níveis de cursos PET: PET 1, PET 2 e PET 3. O PET 1 é o que implantamos no ano passado aqui no Brasil. Trata-se de uma abordagem bem geral sobre o tema focando em diagnóstico e diagnósticos diferenciais de crises epilépticas e epilepsias. Assim, nem tudo que tem abalo é crise epiléptica e nós queremos ajudar o pediatra a fortalecer o seu diagnóstico e dessa forma ter muito mais certeza na condução, investigação e tratamento inicial desses pacientes, seja a nível de emergência ou não. Apresentamos muitos vídeos, além da classificação internacional de crises epilépticas e epilepsias, para que os profissionais se acostumem e possam passar a fazer um diagnóstico com maior precisão e maior domínio do assunto.”
“O curso é dividido em aulas teóricas e aulas práticas que são os workshops, quando o grupo de alunos é dividido em pequenos subgrupos e eles tem a oportunidade de desfrutar de grande interação com o professor, o que facilita muito o aprendizado. A ideia desse curso é que realmente o aluno participe e exponha suas dúvidas, que possa ventilar facilmente todas as suas crenças e que possa aprimorar seu conhecimento nessa área e isso é conseguido através dessa interação bastante intensa com os professores. As aulas teóricas são ministradas para o grupo todo, mas as aulas práticas o grupo é dividido em subgrupos menores permitindo assim o maior fluxo de informações e a transmissão dos conceitos mais adequados, apropriados e corretos para ajudar tanto no diagnóstico, quanto no tratamento inicial desses casos.”
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